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Aporte de empresas dos EUA no Brasil triplica em dez anos e alcança US$ 357,8 bilhões

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O estoque de investimentos diretos de companhias norte-americanas no Brasil aumentou mais de três vezes na última década, passando de US$ 108,7 bilhões em 2014 para US$ 357,8 bilhões em 2024, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Expansão acelerada

Entre 2020 e 2024, 186 projetos de origem norte-americana foram anunciados no país. Atualmente, cerca de 3,7 mil empresas dos Estados Unidos operam no mercado brasileiro, principalmente nos ramos de indústria de transformação, serviços financeiros e tecnologia da informação. No ano passado, os EUA responderam por quase um quarto do investimento direto estrangeiro recebido pelo Brasil.

Para a Mapfre Investimentos, a escalada de tensões comerciais e o “tarifaço” proposto pelo ex-presidente Donald Trump podem pressionar parte desses recursos, já que a estratégia mira o retorno de capitais e empregos ao território norte-americano.

Projetos bilionários

O maior investimento individual anunciado no período é o da Bravo Motor Company. A montadora pretende erguer uma fábrica de baterias de lítio em São Sebastião do Passé (BA) ao custo de US$ 4,4 bilhões, plano apresentado em 2021.

Gigantes de tecnologia

Desde 2020, Amazon e Microsoft comunicaram quase US$ 6 bilhões em novos aportes no Brasil. A forte demanda por energia elétrica para centros de dados de inteligência artificial impulsiona essas iniciativas. Em 2024, 88,2% da eletricidade gerada no país veio de fontes renováveis, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A Amazon investiu mais de R$ 55 bilhões no mercado brasileiro na última década, quase um quarto apenas em 2024. Os recursos foram direcionados a infraestrutura, logística, tecnologia e capital humano, criando mais de 36 mil empregos diretos e indiretos. A divisão Amazon Web Services (AWS) pretende aplicar R$ 10,1 bilhões até 2034. A Microsoft, por sua vez, anunciou R$ 14,7 bilhões em nuvem e inteligência artificial para os próximos três anos.

Energia e infraestrutura

A CloudHQ prevê US$ 3 bilhões em dois data centers – o primeiro, em Paulínia (SP), já opera; o segundo será construído em São João do Meriti (RJ). Na área de energia, a New Fortress Energy, que adquiriu a Hygo Energy Transition em 2021, informou investimento de US$ 1,6 bilhão em gás natural liquefeito. A indefinição regulatória sobre leilões de gás levou a empresa a retirar um navio regaseificador de São Francisco do Sul (SC).

ExxonMobil, Chevron e Pfizer também ampliam presença no país, sinalizando diversificação setorial dos aportes oriundos dos EUA.

Aporte de empresas dos EUA no Brasil triplica em dez anos e alcança US$ 357,8 bilhões - Imagem do artigo original

Imagem: CJ Gunther via gazetadopovo.com.br

Fluxo em sentido duplo

O capital brasileiro também avança nos Estados Unidos. O estoque de investimentos do Brasil no país chegou a US$ 22,1 bilhões no fim de 2024, alta de 52,3% em relação a 2014. Nos últimos cinco anos, foram anunciados mais de US$ 3,3 bilhões em projetos greenfield, consolidando os EUA como principal destino desse tipo de aplicação.

Dados da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) indicam que um terço do comércio bilateral ocorre entre matrizes e filiais. Insumos produtivos representaram, em média, 61,4% das exportações brasileiras para os EUA e 56,5% das importações norte-americanas para o Brasil na última década, evidenciando forte integração das cadeias.

Top 10 investimentos 2020-2024

Confederação Nacional da Indústria – valores em US$:

1. Bravo Motor Company – 4,36 bilhões

2. Microsoft – 3,03 bilhões

3. CloudHQ – 3,0 bilhões

4. Amazon – 2,84 bilhões

5. New Fortress Energy – 1,26 bilhão

6. ICM – 1,22 bilhão

7. Atlas Renewable Energy – 1,09 bilhão

8. Digital Reality Trust – 600 milhões

9. Equinix – 510 milhões

10. Jefferies Group – 510 milhões

Com a continuidade de grandes projetos e a presença de 3,7 mil companhias dos Estados Unidos no país, a CNI avalia que o Brasil segue no radar do capital norte-americano, mesmo diante de possíveis mudanças no cenário comercial global.

Com informações de Gazeta do Povo

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