Faltando apenas uma assinatura para atingir o mínimo de 41 apoios necessários à criação de uma comissão especial que analisará denúncias de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, 22 senadores permanecem sem declarar posição. O placar parcial do site votossenadores.com.br, mantido por opositores do magistrado, mostra 40 favoráveis e 19 contrários à abertura do processo.
Como cada indeciso tende a se posicionar
A Gazeta do Povo avaliou declarações públicas e classificou o potencial de adesão de cada parlamentar em três categorias: possíveis, incertos e improváveis apoiadores do impeachment. A seguir, o perfil de cada um:
1. Ângelo Coronel (PSD-BA)
Pragmático, elogiou Luís Roberto Barroso ao articular título de cidadão baiano. Potencial: Incerto.
2. Ciro Nogueira (PP-PI)
Ex-ministro de Bolsonaro, critica excessos do STF, mas diz que só apoiará impeachment se houver 54 votos para cassação. Potencial: Possível.
3. Confúcio Moura (MDB-RO)
Alinhado ao Planalto, defende pautas sociais e ambientais. Potencial: Improvável.
4. Daniella Ribeiro (PP-PB)
Recém-chegada ao PP, evita se pronunciar sobre STF e governo. Potencial: Incerto.
5. Davi Alcolumbre (União-AP)
Presidente do Senado, já afirmou que impeachment não é a via para enfrentar o Supremo. Potencial: Improvável.
6. Eudócia Caldas (PL-AL)
No PL, mantém perfil discreto e ainda não se manifestou sobre Moraes. Potencial: Incerto.
7. Eduardo Braga (MDB-AM)
Relator da indicação de Moraes ao STF em 2017, quando emitiu parecer favorável. Potencial: Improvável.
8. Eliziane Gama (PSD-MA)
Relatora da CPMI do 8/1, aliada de Flávio Dino; já rejeitou impeachment de Barroso. Potencial: Improvável.
9. Fernando Dueire (MDB-PE)
Suplente de Jarbas Vasconcelos, atua de forma discreta. Potencial: Incerto.
10. Flávio Arns (PSB-PR)
Diz apoiar mudanças no STF, mas aguarda abertura formal de processo. Potencial: Possível.
11. Giordano (MDB-SP)
Apoiou Guilherme Boulos em 2024 e nunca criticou o Supremo. Potencial: Improvável.
12. Jader Barbalho (MDB-PA)
Veterano do MDB, respondeu a ações no STF e não se pronuncia sobre Moraes. Potencial: Improvável.

Imagem: Agência Senado via gazetadopovo.com.br
13. Jussara Lima (PSD-PI)
Sucedânea de Wellington Dias, aguarda conversa com a liderança do partido. Potencial: Possível.
14. Laércio Oliveira (PP-SE)
Acompanhou Bolsonaro em visita a Aracaju; críticas ao STF são recentes. Potencial: Possível.
15. Mara Gabrilli (PSD-SP)
Votou pelo impeachment de Dilma em 2016 e já foi multada pelo TSE após citar Lula. Potencial: Possível.
16. Marcelo Castro (MDB-PI)
Ex-ministro de Dilma, não demonstra alinhamento explícito a Lula nem a Bolsonaro. Potencial: Incerto.
17. Renan Calheiros (MDB-AL)
Defensor declarado de Moraes; responde a mais de 25 inquéritos no STF. Potencial: Improvável.
18. Romário (PL-RJ)
Pressionado nas redes a aderir, ainda não se manifestou. Potencial: Possível.
19. Soraya Thronicke (Podemos-MS)
Cobrou o Senado por medidas cautelares impostas a Marcos do Val. Potencial: Possível.
20. Sérgio Petecão (PSD-AC)
Aproximou-se do governo após 2022; mantém silêncio sobre o tema. Potencial: Improvável.
21. Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)
Vice-presidente do Senado, classifica críticas ao STF como “falácia”. Potencial: Improvável.
22. Zenaide Maia (PSD-RN)
Vota com a base governista, mas tem histórico de flexibilidade política. Potencial: Incerto.
Próximos passos no Senado
Se a oposição alcançar 41 assinaturas, o pedido segue para análise do presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Cabe a ele aceitar ou arquivar a denúncia. Caso aceite, forma-se comissão especial que elabora parecer a ser votado em plenário por maioria simples. Para que Moraes seja afastado, são necessários 54 votos favoráveis, o equivalente a dois terços da Casa.
Com informações de Gazeta do Povo