O governo dos Estados Unidos avalia aplicar uma tarifa de até 100% sobre produtos de nações que continuem negociando com a Rússia, informou nesta quarta-feira (6) a Gazeta do Povo. A medida, defendida pelo presidente Donald Trump, busca obrigar Moscou a aceitar um cessar-fogo na guerra contra a Ucrânia até sexta-feira (8).
Encontro em Moscou define próximos passos
Um emissário de Trump reuniu-se nesta manhã com o presidente russo Vladimir Putin para discutir novas sanções. Caso não haja acordo para interromper o conflito, Washington pretende ampliar as barreiras comerciais, dobrando a atual alíquota de 50% aplicada a alguns setores e podendo estendê-la a todos os produtos exportados ao mercado norte-americano.
Dependência brasileira de diesel e fertilizantes
Embora as vendas brasileiras para a Rússia tenham somado apenas US$ 721 milhões no primeiro semestre de 2025 (0,4% das exportações totais), as compras foram bem maiores: US$ 5,1 bilhões, o equivalente a 4% das importações do período. Dois itens dominam a pauta: combustíveis e fertilizantes.
• Diesel: 60% do volume importado pelo Brasil no ano veio da Rússia.
• Adubo: 31% dos fertilizantes externos tiveram origem russa.
Produtores de soja e milho alertam que uma interrupção repentina desse fornecimento pode comprometer a próxima safra. No caso dos combustíveis, distribuidoras privadas que concorrem com a Petrobras seriam as principais afetadas.
Prazo e abrangência ainda indefinidos
Não está claro se, em caso de embargo, os EUA concederão prazo para que países dependentes do mercado russo busquem alternativas ou se a tarifa entrará em vigor imediatamente. Também não há definição sobre quais produtos brasileiros seriam atingidos — possibilidade que preocupa exportadores de diversos setores.

Imagem: criada utilizando Dall-E via gazetadopovo.com.br
Outras sanções em estudo
Além do aumento tarifário, o governo norte-americano estuda medidas mais severas, como excluir o Brasil do sistema financeiro Swift ou restringir transações de terceiros países com o mercado brasileiro, caso cresça a insatisfação de Trump com a situação política interna no Brasil.
Os desdobramentos dependem das negociações entre Washington e Moscou nas próximas horas. Enquanto isso, empresas brasileiras de energia e agronegócio monitoram possíveis impactos na cadeia de suprimentos.
Com informações de Gazeta do Povo