A Volkswagen começou em julho a enviar para o exterior o Tera, utilitário-esportivo criado inteiramente no Brasil e já considerado um dos principais lançamentos da montadora na região. Os primeiros lotes deixaram o porto de Santos (SP) com destino a Argentina, Chile, Colômbia, México e países do Caribe. Até dezembro, a fabricante planeja incluir outros nove mercados, entre eles Bolívia, Peru e República Dominicana.
O modelo é o quinto dos 21 produtos que a empresa promete apresentar na América do Sul até 2028. “É um projeto 100% brasileiro que agora inicia sua trajetória internacional”, afirmou Hendrik Muth, vice-presidente de Vendas da Volkswagen para a região.
Investimento de R$ 20 bilhões até 2028
O avanço das exportações faz parte de um plano de R$ 20 bilhões para a América do Sul, dos quais R$ 16 bilhões são direcionados ao Brasil. A estratégia, divulgada em fevereiro de 2024, prioriza eletrificação e redução de emissões.
Entre as iniciativas previstas estão:
- Desenvolvimento de veículos híbridos, Total Flex e totalmente elétricos;
- Criação de um motor híbrido-flex de nova geração;
- Implantação de uma plataforma tecnológica flexível e sustentável;
- Lançamento de 16 novos modelos no mercado brasileiro, parte de um total de 21 na região.
Crescimento das exportações
Com presença industrial no país desde 1953, a Volkswagen do Brasil opera como centro logístico para a montadora na América Latina. Em 2024, as vendas externas aumentaram 43%, atingindo 90.142 veículos despachados para 18 destinos. No primeiro semestre de 2025, o volume ficou 54,21% acima do registrado em igual período do ano anterior.
Quatro portos dão suporte à operação. Em Paranaguá (PR), a empresa conta com terminal próprio capaz de movimentar até 200 mil unidades por ano, enquanto Santos concentra a maior parte dos embarques, inclusive os do Tera.

Imagem: Franelli Studio via gazetadopovo.com.br
Debate sobre incentivos à concorrência chinesa
Em meio à expansão regional, o diretor-executivo da Volkswagen do Brasil, Ciro Possebom, assinou com líderes de Toyota, Stellantis e General Motors carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva contestando a possível redução de impostos para montadoras chinesas de veículos elétricos. Segundo o grupo, a medida poderia gerar desemprego e aumentar a dependência tecnológica do país.
O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior optou, em 30 de julho, por antecipar a aplicação de tarifas, concedendo ao mesmo tempo uma cota de importação à chinesa BYD. “Precisamos de um ambiente que valorize quem investe no país”, declarou Possebom, lembrando que o setor automotivo responde por 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos e projeta aportes de R$ 130 bilhões nos próximos anos.
Com informações de Gazeta do Povo