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Brasil prioriza estados do Sul em negociação para vender carne bovina ao Japão e irrita frigoríficos de outras regiões

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As tratativas para liberar a entrada da carne bovina brasileira no Japão concentram-se, neste momento, na habilitação de fornecedores do Sul do país, movimento que tem gerado desconforto em empresas localizadas em outras regiões exportadoras.

O Brasil, maior exportador mundial de carne bovina, tenta há cerca de 20 anos acessar o mercado japonês. Um acordo daria aos importadores japoneses uma alternativa aos seus principais fornecedores atuais, Estados Unidos e Austrália, em meio às mudanças provocadas pelas tarifas norte-americanas sobre alimentos.

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, as conversas avançaram após a visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão, em março. Apesar disso, o foco continua restrito ao Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, estados que respondem por menos de 4% do volume embarcado pelo país.

Frigoríficos instalados em centros produtores como São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará — responsáveis por quase 60% das 1,72 milhão de toneladas exportadas em 2022 — temem ficar de fora da abertura de mercado.

Um memorando elaborado pelo governo brasileiro após visita técnica de autoridades japonesas, em junho, informa que Brasília respondeu a um questionário encaminhado por Tóquio apenas sobre a carne produzida na região Sul.

Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina foram declarados livres da febre aftosa antes dos demais estados. Em maio deste ano, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) concedeu status de país livre da doença sem vacinação ao Brasil, cujo último registro de surto ocorreu em 2006.

Procurado, o Ministério da Agricultura não se manifestou. Um integrante do governo, sob condição de anonimato, confirmou que a negociação é regional e, por ora, não há planos de incluir outras áreas.

Representantes do setor pressionam por um acordo mais amplo. “Sabemos que as negociações são difíceis. A surpresa é caminhar para aprovar somente três estados”, afirmou Paulo Mustefaga, presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), entidade que representa a Marfrig e pequenos exportadores.

O Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão informou que reconhece o status sanitário brasileiro e conduz uma avaliação de risco conforme seus protocolos antes de autorizar qualquer planta frigorífica a exportar ao país asiático.

Com informações de InfoMoney

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