Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu encerrar a sessão plenária desta segunda-feira (5) em meio à mobilização de parlamentares da oposição contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida foi anunciada nas redes sociais enquanto o deputado cumpria agenda em João Pessoa (PB).
Motta informou que convocará, para esta terça-feira (6), uma reunião de líderes a fim de discutir a pauta do Plenário. “O Parlamento deve ser a ponte para o entendimento”, escreveu no X (antigo Twitter), ressaltando que as deliberações seguirão “o diálogo e o respeito institucional”.
Pressão da oposição
Partidos oposicionistas exigem a votação de um chamado “pacote da paz”, que inclui anistia a manifestantes e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, autor da decisão que colocou Bolsonaro em prisão domiciliar. O primeiro-vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), declarou que pretende pautar a anistia assim que Motta se ausentar da condução dos trabalhos.
No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União-AP) também convocou reunião de líderes. Ele classificou a ocupação das Mesas Diretoras pelo grupo oposicionista como “exercício arbitrário das próprias razões”, atitude que, segundo ele, contraria princípios democráticos.
Conselho de Ética e funcionamento da Casa
Durante evento em João Pessoa, Motta relembrou que o Conselho de Ética está apto a apurar eventuais condutas irregulares de qualquer filiado ou legenda. “A Câmara continuará funcionando respeitando o regimento interno e a Constituição”, afirmou a jornalistas.
Ameaças de Eduardo Bolsonaro
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ameaçou Motta e Alcolumbre com possíveis sanções de um futuro governo Donald Trump, caso as lideranças do Legislativo não coloquem em votação os projetos de anistia e de impeachment contra Moraes. Motta respondeu que não teme as pressões:
Imagem: Marina Ramos via gazetadopovo.com.br
“Presidir a Câmara exige responsabilidade; há bônus e ônus. Continuarei atuando de forma equilibrada para que os interesses da população estejam acima de qualquer interesse pontual.”
Em entrevista ao portal Metrópoles, Eduardo reiterou que os presidentes das duas Casas “podem ser punidos” se, na visão dele, deixarem de cumprir “o papel de representantes da sociedade”.
Com a sessão suspensa, a Câmara deverá retomar as atividades somente após o encontro de líderes marcado para esta terça-feira.
Com informações de Gazeta do Povo
