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Haddad diz que terras raras podem compor acordo com Trump em troca de investimentos no Brasil

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Brasília, 05 de agosto de 2025 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que minerais classificados como “terras raras” poderão ser oferecidos pelo Brasil nas negociações que buscam derrubar a tarifa extra de 50% aplicada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.

Em entrevista à rádio BandNews nesta segunda-feira (4), Haddad explicou que a proposta envolve um modelo de cooperação. Segundo o ministro, a intenção é atrair empresas norte-americanas para investir em unidades produtivas no território brasileiro, utilizando esses minerais estratégicos na fabricação de componentes, como baterias de alta eficiência. “Os Estados Unidos não são ricos nesses minerais; nós temos disponibilidade e podemos produzir baterias mais eficientes”, destacou.

Ampliação da pauta de negociação

Além das terras raras, o governo quer incluir na conversa temas como a política para data centers de inteligência artificial. Um novo marco regulatório para o setor está em análise desde maio. Haddad também tenta acrescentar mais itens na lista de exceções que não serão atingidos pela sobretaxa norte-americana. O prazo limite é quarta-feira (6), quando a tarifa passa a valer. Atualmente, perto de 700 produtos brasileiros já estão isentos, mas café, determinadas frutas, máquinas e equipamentos continuam sujeitos ao aumento.

“Ainda pode haver avanços até o dia 6. Não trabalhamos com data fatal. Não sairemos da mesa enquanto não houver um acordo que atenda aos interesses de ambos os lados”, declarou o ministro.

Plano de contingência e ação na OMC

Haddad pretende apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no fim da tarde desta terça-feira (5), um plano de contingência para auxiliar os setores mais afetados pelo “tarifaço”.

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Imagem: Marcelo Camargo via gazetadopovo.com.br

Paralelamente, o Conselho da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou na segunda-feira (4) a abertura de consulta na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a medida dos Estados Unidos. A autorização foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (5) e ainda aguarda o aval de Lula. Caso não haja entendimento em 60 dias, o Brasil poderá solicitar a criação de um painel arbitral, cujo relatório pode levar até nove meses para ficar pronto, com possibilidade de prolongamento em casos mais complexos.

Haddad reiterou que o governo brasileiro considera a taxa adicional “sem sentido” e que pretende manter o diálogo com Washington até alcançar um entendimento.

Com informações de Gazeta do Povo

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