As duas maiores produtoras de petróleo e gás dos Estados Unidos apresentaram resultados do segundo trimestre de 2025 que apontam resiliência, apesar de um cenário de preços de commodities considerado desafiador. Em entrevistas à CNBC, os presidentes-executivos da Chevron, Mike Wirth, e da ExxonMobil, Darren Woods, disseram estar preparados para operar com rentabilidade em diferentes níveis de preço.
Cenário de mercado
Wirth afirmou em 1º de agosto que a Chevron “está posicionada para prosperar em todos os ambientes de preço”. Woods, em conversa separada com a emissora, destacou que os valores atuais do barril continuam acima das premissas usadas nos planos de investimento da ExxonMobil e acrescentou que a companhia “está preparada para um ambiente de preços mais baixos”. Ambos citaram o aumento gradual da oferta de petróleo pelo grupo Opep+ como possível fator de pressão sobre as cotações no fim de 2025.
Desempenho da Chevron
A Chevron comemorou a vitória em arbitragem contra a ExxonMobil, decisão que viabilizou a conclusão da compra da Hess Corp. por US$ 53 bilhões. O negócio inclui 30% do megacampo offshore de Guiana, operado pela Exxon (45%). “A conclusão da aquisição reforça nosso portfólio diversificado e amplia o crescimento de produção e fluxo de caixa até a próxima década”, disse Wirth no comunicado de resultados.
Entre abril e junho, a produção na operação Tengizchevroil, no Cazaquistão, cresceu 34% em bases anuais. No território norte-americano, a empresa registrou alta de 22% no Golfo do México e de 14% no Permiano, alcançando 1 milhão de barris por dia (bpd) na bacia texana. Com a integração da Hess, a produção total nos EUA subiu 60% em um ano.
Segundo Wirth, o objetivo é manter o ritmo de 1 milhão de bpd no Permiano até 2040, com menor necessidade de capital. “Isso fortalece nosso balanço, sustenta dividendos e libera recursos para expandir a produção em outras regiões”, declarou o executivo.
Resultados da ExxonMobil
Apesar da frustração com a decisão arbitral sobre Guiana, Woods destacou que a ExxonMobil superou estimativas de analistas no trimestre em meio a preços menos favoráveis. No primeiro semestre, o fluxo de caixa operacional foi de US$ 24,5 bilhões, com US$ 14,2 bilhões de caixa livre. As distribuições a acionistas somaram US$ 18,4 bilhões: US$ 8,6 bilhões em dividendos e US$ 9,8 bilhões em recompra de ações, o maior valor entre as majors globais.

Imagem: forbes.com
Na Guiana, a produção já supera 650 mil bpd, com meta de 1,3 milhão bpd em 2027 e 1,7 milhão bpd em 2030. No Permiano, a companhia pretende dobrar a extração para 2,3 milhões bpd até o fim desta década, estimando potencial de US$ 25 bilhões em fluxo de caixa operacional em 2030.
“O segundo trimestre comprovou o valor da nossa estratégia e de nossas vantagens competitivas, que seguem entregando resultados independentemente das condições de mercado”, afirmou Woods no informe aos investidores.
Os números apresentados pelas duas companhias reforçam a percepção de vigor do setor de petróleo e gás nos Estados Unidos, mesmo após anos de previsões de desaceleração.
Com informações de Forbes