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China reafirma autoridade “final e indiscutível” sobre a reencarnação do Dalai Lama

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O governo chinês declarou nesta terça-feira, 5 de agosto de 2025, que detém a “autoridade final e indiscutível” sobre o processo de reencarnação do 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso. O posicionamento foi dado durante entrevista coletiva em Pequim que marcou o 60º aniversário da Região Autônoma do Tibete.

Gama Cedain, vice-secretário do Comitê do Partido Comunista na região, afirmou que a escolha do próximo líder espiritual tibetano “nunca foi decidida exclusivamente por ele mesmo” e deve seguir “ritos religiosos e costumes históricos sob as leis nacionais e com aprovação do governo central”. O representante descreveu o procedimento oficial como “busca dentro do país, sorteio pela urna de ouro e homologação de Pequim”.

A declaração ocorre um mês depois de o Dalai Lama, às vésperas de completar 90 anos, anunciar que sua sucessão será administrada exclusivamente pelo Gaden Phodrang Trust, fundação responsável por seu legado político e espiritual. Exilado na Índia desde 1959, o líder budista insistiu que “ninguém mais tem autoridade para interferir”, numa referência direta a Pequim, que o rotula de separatista.

O impasse aumentou a tensão diplomática recente. China advertiu Índia e Estados Unidos contra qualquer “interferência externa” após mensagens de felicitação ao Dalai Lama e suas declarações sobre o processo sucessório. Washington já aprovou a Lei de Política e Apoio ao Tibete, que prevê sanções a autoridades chinesas que intervenham na escolha do próximo líder.

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Imagem: Isabella de Paulacom Agência EFE via gazetadopovo.com.br

No cenário internacional, a visita do presidente tcheco Petr Pavel ao Dalai Lama em Dharamsala, na semana passada, ganhou destaque. Foi a primeira reunião pública de um chefe de Estado com o líder tibetano em anos, rompendo a cautela adotada por grande parte dos governos diante da posição de Pequim sobre o Tibete.

Com informações de Gazeta do Povo

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