A BP informou nesta terça-feira (5) um lucro líquido ajustado de US$ 2,4 bilhões no segundo trimestre de 2025 — queda de 14% na comparação anual, mas acima das estimativas de mercado que variavam entre US$ 1,7 bilhão e US$ 1,9 bilhão. O resultado positivo foi divulgado um dia após a companhia anunciar sua maior descoberta de petróleo e gás em um quarto de século, na bacia de Santos, a 400 km da costa sudeste do Brasil.
Resultados trimestrais
A petroleira elevou o dividendo trimestral em 4%, para 8,32 centavos de dólar por ação, e confirmou um programa de recompra de US$ 750 milhões até a divulgação dos resultados do terceiro trimestre. Segundo a empresa, já foram obtidos US$ 1,7 bilhão da meta de corte de custos de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões prevista para 2023-2027. O endividamento líquido recuou em US$ 1 bilhão, para US$ 26 bilhões, com objetivo de atingir entre US$ 14 bilhões e US$ 18 bilhões até 2027.
Descoberta no Brasil
O poço identificado na bacia de Santos é descrito internamente como o achado mais relevante desde o campo de Shah Deniz, no Azerbaijão, em 1999. A descoberta reforça a estratégia da BP de priorizar hidrocarbonetos após anos de investimentos mais agressivos em fontes renováveis.
Retorno ao foco em petróleo e gás
Desde que assumiu o comando em 2024, o presidente-executivo Murray Auchincloss vem reduzindo a exposição a energias renováveis e ampliando a busca por petróleo e gás. Além do Brasil, a companhia comemora avanços exploratórios na Namíbia, Egito, Mauritânia, Senegal, Trinidad e Tobago e nos Estados Unidos. O plano é aumentar em cerca de 20% os aportes no segmento de exploração e produção, para aproximadamente US$ 10 bilhões anuais até 2027.
Governança e próximos passos
Albert Manifold, que ingressa no conselho no próximo mês, assumirá a presidência do grupo em outubro no lugar de Helge Lund. Auchincloss afirmou que será feita uma revisão “minuciosa” do portfólio para maximizar valor aos acionistas e anunciou nova rodada de redução de despesas.

Imagem: forbes.com
No acumulado de 2025, as ações da BP sobem 3,3%, mas ainda recuam 3,4% em 12 meses. Nos últimos cinco anos, os papéis avançaram cerca de 45%, desempenho inferior aos de concorrentes como Shell (133%), Chevron (75%) e ExxonMobil (146%).
Com informações de Forbes