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Banco Central mantém Selic em 15% e atribui decisão a incertezas criadas pelo tarifaço de Trump

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Brasília – A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (5), mostra que o Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros em 15% por precaução diante do pacote de tarifas anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.

Segundo o documento, os diretores da autarquia avaliam que as medidas adotadas por Washington ampliam a incerteza no cenário externo e podem afetar a economia doméstica. “O Comitê acompanha com atenção os possíveis impactos sobre a economia real e sobre os ativos financeiros”, registra a ata.

A manutenção da Selic interrompeu, na semana passada, o ciclo de alta que vinha sendo aplicado desde 2023. O patamar de 15% já era esperado pelo mercado para o fim de 2025.

O Copom voltou a alertar para o risco fiscal no país. Para os diretores, o enfraquecimento das reformas, o aumento de gastos públicos e a expansão do crédito direcionado têm potencial de elevar a taxa neutra de juros, comprometendo a eficácia da política monetária.

No campo das projeções, o Relatório Focus estima inflação de 5,07% em 2025, acima do teto da meta de 4,5%. As previsões caem para 4,43% em 2026, 4% em 2027 e 3,8% em 2028, ainda acima do centro da meta de 3%.

Banco Central mantém Selic em 15% e atribui decisão a incertezas criadas pelo tarifaço de Trump - Imagem do artigo original

Imagem: Marcello Casal Jr. via gazetadopovo.com.br

O Banco Central observa sinais divergentes na atividade: concessão de crédito em retração e mercado de trabalho aquecido, com desemprego em níveis historicamente baixos e ganhos reais de renda superiores à produtividade. A inflação de serviços, sensível ao emprego, permanece acima do nível compatível com a meta.

Após a rápida elevação de juros, o Copom pretende monitorar os efeitos do aperto já realizado, mas reforçou que poderá retomar os aumentos caso julgue necessário para reconduzir a inflação aos objetivos estabelecidos.

Com informações de Gazeta do Povo

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