A Comissão Europeia comunicará nesta terça-feira (5) a suspensão, por seis meses, do pacote de tarifas retaliatórias que havia sido preparado contra os Estados Unidos. A decisão ocorre após o entendimento político firmado em 27 de julho, na Escócia, entre a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, e o presidente norte-americano, Donald Trump, para evitar uma escalada comercial.
O porta-voz para o Comércio do bloco, Olof Gill, informou nesta segunda-feira (4) que o colegiado adotará o procedimento de urgência para formalizar a suspensão. As contramedidas, avaliadas em 93 milhões de euros, começariam a ser aplicadas em 7 de agosto caso não houvesse acordo.
Termos do pacto
Pelo acerto, Washington fixa um teto tarifário único de 15% sobre produtos europeus e isenta totalmente diversos itens. Em contrapartida, a União Europeia se compromete a realizar compras estratégicas estimadas em US$ 750 bilhões nas áreas de gás, petróleo, energia nuclear e chips de inteligência artificial, além de investir US$ 600 bilhões na economia norte-americana e ampliar a aquisição de material militar produzido nos EUA.
Negociadores dos dois lados trabalham na redação de uma declaração detalhada sobre a implementação do acordo, que, segundo Gill, está na fase final. “O entendimento restaura a estabilidade e a previsibilidade para cidadãos e empresas em ambos os lados do Atlântico”, afirmou o porta-voz.
Medidas iniciais dos EUA
Trump assinou em 31 de julho uma ordem executiva que estabelece a tarifa de 15% sobre importações da UE a partir de 8 de agosto, passo descrito por Gill como a primeira etapa da aplicação do pacto. A alíquota incorpora as tarifas de nação mais favorecida (NMF), sem acréscimo acima do limite de 15%.

Imagem: Agência EFE via gazetadopovo.com.br
O representante europeu destacou que a medida reduz imediatamente as taxas em relação às anunciadas pelos EUA em 2 de abril e cria clareza para exportadores do bloco. Entretanto, lembrou que os demais elementos do acordo ainda precisam ser implementados por Washington, entre eles a redução das tarifas da Seção 232 sobre automóveis e autopeças europeus para o máximo de 15% e o tratamento específico acordado para produtos estratégicos, como aviões e seus componentes.
Com informações de Gazeta do Povo