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Trabalhadores da Boeing na área de defesa entram em greve pela primeira vez desde 1996

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Cerca de 3.200 trabalhadores das fábricas de defesa da Boeing em St. Louis (Missouri) e Mascoutah (Illinois) cruzaram os braços à meia-noite desta segunda-feira, 4 de agosto de 2025, após rejeitarem a proposta de novo acordo coletivo apresentada pela companhia.

Representados pelo International Association of Machinists and Aerospace Workers (IAM), os funcionários votaram contra um contrato que previa aumento salarial de 20%. A votação ocorreu sete dias depois do vencimento do acordo anterior.

Principais pontos

• A paralisação atinge unidades em St. Louis, St. Charles (Missouri) e Mascoutah (Illinois), onde são montados sistemas de mísseis e aeronaves como os caças F-15 e F/A-18.
• O sindicato já havia rejeitado outra proposta em 27 de julho, alegando que o pacote não contemplava as prioridades e sacrifícios da categoria.
• É a primeira greve nas instalações de defesa da Boeing na região desde 1996, quando mais de 6.000 empregados da então McDonnell Douglas pararam por 99 dias, um ano antes da fusão entre as empresas.
• Dan Gillian, executivo da Boeing, afirmou à Bloomberg que a companhia se preparou para a paralisação e ativou um plano de contingência.
• “Os membros falaram alto e claro: merecem um contrato que reflita sua habilidade e dedicação”, declarou o líder local do IAM, Tom Boelling. O presidente internacional do sindicato, Brian Bryant, disse que a entidade manterá apoio nos piquetes.

Contexto recente da empresa

A greve ocorre em meio à pressão regulatória sobre a Boeing após o incidente de janeiro de 2024, quando um tampão de porta de um 737 MAX 9 da Alaska Airlines se desprendeu em voo, levando a FAA a interditar temporariamente o modelo. A série 737 MAX já estava sob escrutínio desde os acidentes de 2018 e 2019 que deixaram 346 mortos.

Em março de 2024, o então CEO Dave Calhoun anunciou que deixaria o cargo até o fim do ano. Kelly Ortberg assumiu a chefia em agosto de 2024 prometendo mudança cultural. No segundo trimestre de 2025, a Boeing registrou receita de US$ 22,7 bilhões — a maior desde 2019 —, entregou 150 aviões comerciais e reduziu o prejuízo para US$ 612 milhões. As ações acumulam alta de mais de 24% no ano, mas o preço de fechamento de US$ 221,90 na sexta-feira ainda é cerca de metade do valor registrado em 1º de março de 2019.

Com informações de Forbes

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