O Partido dos Trabalhadores empossou, neste domingo (3), Edinho Silva como novo presidente nacional da sigla. Durante a cerimônia, em Brasília, o dirigente enfatizou que a legenda precisa se reorganizar para um cenário em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não dispute mais eleições.
“É nossa responsabilidade construir o PT quando o presidente Lula não estiver mais nas urnas disputando nosso projeto”, declarou Silva, apontando que o futuro da sigla deve ser sustentado por sua estrutura institucional, e não por um único líder.
Lula é esperado como candidato à reeleição em 2026, em campanha que, segundo o próprio petista, seria a última de sua carreira política. Até o momento, o partido não apresenta um sucessor com força equivalente ao chefe do Executivo. Setores internos defendem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como herdeiro natural do capital político lulista.
Disputa interna e estratégia de ampliação
Edinho Silva venceu a eleição interna realizada em julho, em um embate que opôs diferentes correntes do PT. Com apoio de Lula, o novo presidente defendeu maior diálogo com forças de centro-esquerda, posicionamento que superou a chapa liderada pelo deputado Rui Falcão (PT-SP), identificada com a ala mais à esquerda e com proposta de gestão mais radical.
A escolha de Silva é vista dentro da legenda como estratégica para ampliar a presença do partido em setores moderados do eleitorado, movimento semelhante ao da “frente ampla” que sustentou a vitória de Lula em 2022, envolvendo siglas como União Brasil e PSD.
Fortalecimento institucional e desafios
Durante o discurso, Silva reforçou que a sucessão de Lula dependerá da solidez interna da sigla. “Seu substituto não será um nome; será o Partido dos Trabalhadores. Se o partido estiver organizado, a liderança será construída”, afirmou.

Imagem: Anderson Barbosa via gazetadopovo.com.br
Entre os principais desafios, o novo presidente citou a necessidade de reconectar o PT com a juventude e aprimorar a comunicação com a sociedade. Ele também reconheceu o papel de Lula na reconstrução da legenda após o impacto das denúncias da Operação Lava Jato, que resultaram na prisão do ex-presidente.
Ao final da cerimônia, Edinho Silva criticou o ex-presidente norte-americano Donald Trump, a quem chamou de “maior líder fascista do século 21”, e declarou que a reeleição de Lula em 2026 seria “mais um passo para derrotar as forças do fascismo” no Brasil.
Com informações de Gazeta do Povo