Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas neste domingo, 3 de agosto, em protestos convocados por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro contra o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela abertura de processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mobilização em várias cidades
Segundo o senador Rogério Marinho (PL-RN), secretário-geral do Partido Liberal, manifestações ocorreram em cerca de 70 municípios, com grandes concentrações em pelo menos 20 capitais. São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Belém, Campo Grande e Porto Alegre registraram os maiores públicos.
São Paulo atrai o maior contingente
Na Avenida Paulista, o ato superou, de acordo com os organizadores, a mobilização de 29 de junho. O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, declarou que “jamais esperava tanta gente”. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), principal orador no trio elétrico, afirmou que “enquanto houver um brasileiro de camisa verde e amarela, não vamos nos curvar” ao STF.
Bolsonaro ausente, mas presente por telefone
Impedido de participar pelas medidas cautelares impostas por Alexandre de Moraes — tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e nos fins de semana e proibição de uso de redes sociais —, Jair Bolsonaro acompanhou parte do evento por ligação telefônica realizada por Nikolas Ferreira. Ao público, Bolsonaro agradeceu “pela liberdade e pelo Brasil”.
Reação da direita à pressão internacional
Lideranças atribuem o engajamento popular também ao aumento da pressão do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que aplicou a Lei Magnitsky a Moraes, impedindo-o de fazer negócios com empresas norte-americanas.
Próximos passos no Congresso
Com o fim do recesso parlamentar nesta segunda-feira (4), oposicionistas pretendem cobrar a votação do projeto que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e insistir no impeachment de Alexandre de Moraes. Nikolas Ferreira anunciou que protocolará, nos próximos dias, o 30º pedido de impedimento do ministro. Já na Câmara, deputados do PL pedem ao presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) que paute a proposta de anistia.

Imagem: Wesley Oliveira via gazetadopovo.com.br
Governadores de direita ausentes
Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União-GO) e Ratinho Júnior (PSD-PR) não compareceram. Tarcísio passou por um procedimento de radioablação de tireoide no Hospital Albert Einstein, com alta prevista para a mesma noite. Caiado alegou compromissos pré-agendados, Ratinho viajava pelo interior do Paraná e Zema não se pronunciou. O pastor Silas Malafaia, organizador do ato paulistano, criticou a ausência dos governadores, atribuindo-a a “medo do STF”.
Participação da família Bolsonaro
No Rio, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) liderou a manifestação ao lado de um recorte em tamanho real do pai. Em Belém, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro acusou o governo Lula de “mandar riquezas para fora” e firmar “aliança com comunistas e ditadores”.
Parlamentares como Bia Kicis (PL-DF), Izalci Lucas (PL-DF), Caroline de Toni (PL-SC), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Ubiratan Sanderson (PL-RS) classificaram o dia como “histórico” e prometeram intensificar a pressão legislativa por anistia e contra Moraes.
Com informações de Gazeta do Povo