Milhares de pessoas ocuparam ruas e avenidas em diferentes regiões do país neste domingo, 3 de agosto de 2025, para pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e protestar contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não esteve presente nas manifestações por cumprir medidas cautelares determinadas pelo próprio ministro, mas a ausência não impediu a mobilização. Organizadores registraram concentrações expressivas em cidades como Brasília, Salvador e Belo Horizonte.
São Paulo reúne o maior público
Na Avenida Paulista, o ato foi convocado pelo movimento Reaja Brasil e organizado pelo pastor Silas Malafaia. Faixas com as fotos do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), traziam a inscrição “Inimigos da Nação”, ao lado de pedidos de anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023.
O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, discursou para a multidão e celebrou a participação popular. “Jamais imaginei tanta gente nas ruas hoje”, afirmou, citando outros estados que, segundo ele, também registraram grande adesão.
Parlamentares pedem anistia
Durante o ato, o deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) relembrou que Moraes e o grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC) foram alvo de sanções dos Estados Unidos via Lei Magnitsky. O parlamentar voltou a cobrar anistia aos sentenciados pelos episódios de 8 de janeiro.
O deputado estadual Lucas Bove (PL-SP) homenageou o jornalista J.R. Guzzo, falecido recentemente, e lamentou a perda.
Vozes das ruas
O empresário José Veloso Meneses, 63 anos, compareceu com a esposa para reivindicar liberdade de expressão. Ele classificou decisões do ministro como “injustas” e disse acreditar que as sanções anunciadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump podem pressionar o Congresso a agir.

Imagem: Thiago Vieira via gazetadopovo.com.br
A professora aposentada Paula Marsocchi, 71, defendeu anistia aos presos de 8 de janeiro e criticou Moraes por ter feito gesto obsceno a torcedores do Corinthians no jogo contra o Palmeiras, em 30 de julho, na Neo Química Arena.
A manicure Norma Oliveira de Almeida Ferreira, 38, levou cartazes pedindo o impeachment de Moraes, a saída de Lula e a libertação dos detidos após os atos de 8 de janeiro. Ela manifestou temor de que o Brasil “se torne uma ditadura” caso, segundo ela, o Senado não reaja.
Os protestos ocorreram de forma pacífica, sem registro de confrontos com a polícia até o final da tarde.
Com informações de Gazeta do Povo