O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, reagiu neste domingo (3) às críticas internacionais que surgiram depois que a Assembleia Legislativa salvadorenha aprovou, na última quinta-feira (31), uma reforma constitucional que autoriza a reeleição presidencial por tempo indeterminado.
Em mensagem publicada nas redes sociais, o chefe de Estado negou que a mudança represente o “fim da democracia” e afirmou que 90% dos países desenvolvidos permitem reeleição indefinida de seus chefes de governo sem que isso gere questionamentos.
“Quando um país pequeno e pobre como El Salvador tenta fazer o mesmo, de repente é o fim da democracia”, ironizou Bukele. Ele acrescentou que, mesmo se o país adotasse um modelo semelhante ao de monarquias parlamentares como Reino Unido, Espanha ou Dinamarca, as críticas permaneceriam, porque “o problema não é o sistema, mas o fato de um país pobre se atrever a agir como um país soberano”.
Reforma constitucional aprovada em minutos
Domínio do partido governista Nuevas Ideas (NI) na Assembleia foi decisivo para a rápida aprovação da medida. Dos 60 deputados, 57 votaram a favor do decreto que modifica os artigos 75, 80, 133, 152 e 154 da Constituição salvadorenha.
Além de liberar a reeleição contínua, a emenda extingue o segundo turno eleitoral e amplia o mandato presidencial de cinco para seis anos. Após a primeira votação, o texto foi publicado no Diário Oficial e, em sessão logo em seguida, os parlamentares ratificaram a proposta em poucos minutos.

Imagem: Rodrigo Sura via gazetadopovo.com.br
Popularidade e segurança pública
Bukele, no cargo desde 2019, foi reeleito em 2023 com ampla vantagem e mantém índices de aprovação elevados. Sua gestão ganhou notoriedade internacional com a construção de um presídio para 40 mil detentos, a maior instalação penitenciária das Américas, parte de sua política de combate às gangues.
A reforma constitucional entra em vigor imediatamente, respaldada por uma disposição transitória incluída no próprio decreto.
Com informações de Gazeta do Povo