O aumento de tarifas aplicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provoca perda significativa de competitividade para as exportações brasileiras, afirmou o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni. A declaração foi feita durante o episódio de estreia do programa Raiz do Negócio, parceria entre InfoMoney e The AgriBiz.
“O Brasil perde muita competitividade”, disse o executivo, acrescentando que o país tem buscado novos destinos para seus produtos, mas sofrerá impactos no curto prazo. Tomazoni destacou que ainda não estão totalmente claras as consequências das tarifas no médio e longo prazos.
A JBS, que fatura mais de R$ 1 bilhão por dia, adotou nos últimos anos uma estratégia de diversificação geográfica e de portfólio. Segundo o CEO, esse modelo reduzirá o efeito das novas taxas sobre a companhia. “Pode ser relevante para uma planta ou outra, mas, globalmente, o efeito não é tão grande. Sempre trabalhamos a diversificação para reduzir volatilidade”, afirmou.
O grupo opera com diferentes proteínas — bovina, suína, frango, entre outras — e possui unidades nos Estados Unidos, Austrália e países da América Latina. Essa estrutura, na avaliação de Tomazoni, permite atravessar crises sanitárias, geopolíticas ou tarifárias mantendo estabilidade nos resultados. “Tem lugar que está mais difícil, como o negócio de bovino nos EUA, mas o frango e o suíno estão indo bem. Na Austrália, o gado está em um ótimo momento. A gente se preparou para isso”, explicou.
Durante a conversa, o executivo também abordou a reputação do Brasil no exterior, classificando como equivocada a percepção internacional sobre o desmatamento. Ele ressaltou que mais de 90% das derrubadas na Amazônia são ilegais e não vinculadas à cadeia formal de produção. “O Brasil tem uma boa legislação. Não precisa desmatar para crescer”, afirmou, destacando investimentos da JBS em rastreabilidade e monitoramento de fornecedores.

Imagem: infomoney.com.br
A entrevista completa com Gilberto Tomazoni está disponível no YouTube e nas principais plataformas de streaming.
Com informações de InfoMoney