O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (1º) que as forças russas prosseguem “em toda a linha de frente” na Ucrânia, mas não comentou o ultimato de dez dias imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que o Kremlin encerre o conflito.
Falando à emissora estatal russa durante visita ao mosteiro de Valaam, no noroeste da Rússia, Putin avaliou como “positiva” a terceira rodada de negociações de paz realizada em Istambul. O líder destacou a recente troca de prisioneiros com Kiev, que permitiu o retorno de “centenas de pessoas” aos seus países de origem.
De acordo com o presidente russo, a proposta de Moscou prevê a criação de três grupos de trabalho — político, militar e humanitário — que deverão funcionar de forma remota. “Precisamos de uma paz duradoura e sólida, que garanta a segurança de Rússia e Ucrânia”, declarou.
Putin também mencionou supostas declarações do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, segundo as quais não valeria a pena negociar com Moscou e seria melhor esperar por uma mudança de governo. “Estamos dispostos a aguardar, se for essa a decisão das autoridades ucranianas”, disse.
Situação no front
Sobre a guerra, Putin afirmou que as tropas russas avançam nas regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhya, Kherson e na área de fronteira. Ele citou ainda a captura, “há vários dias”, do bastião estratégico de Chasiv Yar, em Donetsk — informação rejeitada por Zelensky.
Acompanhado por Putin, o presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, comentou o ultimato de Trump e aconselhou que, “se o objetivo é a paz, é preciso cautela; dar ordens não funciona”.
Imagem: Isabella de Paulacom Agência EFE via gazetadopovo.com.br
Pressão de Washington
Nesta quinta-feira (31), Trump informou que seu enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, seguirá para a Rússia após passagem pela Faixa de Gaza, a fim de discutir o conflito. O prazo para que Moscou interrompa as hostilidades termina em 7 de agosto; caso contrário, a Casa Branca ameaça impor novas sanções e tarifas secundárias.
Putin não se manifesta sobre o ultimato norte-americano desde 14 de julho.
Com informações de Gazeta do Povo
