O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe (2002-2010) foi condenado nesta sexta-feira, 1º de agosto de 2025, a 12 anos de prisão pelo 44º Tribunal Penal de Bogotá. A decisão, tomada pela juíza Sandra Liliana Heredia, determinou o cumprimento imediato da pena em regime domiciliar, na fazenda que o político possui em Rionegro.
Uribe havia sido declarado culpado na segunda-feira (28) pelos crimes de fraude processual e suborno de testemunhas. A juíza impôs uma punição superior à solicitada pelo Ministério Público, que havia pedido nove anos de reclusão.
A sentença também prevê multa equivalente a 2.420 salários mínimos e a proibição de ocupar cargos públicos por oito anos. Segundo Heredia, o início do cumprimento da pena antes do trânsito em julgado se justifica porque os requisitos de necessidade já estariam amplamente atendidos.
A defesa informou que recorrerá ao Tribunal Superior de Bogotá. Enquanto o recurso não é analisado, Uribe permanecerá em prisão domiciliar.
O processo diz respeito à suposta manipulação de testemunhas para favorecer o ex-presidente em uma ação que o opunha ao senador de esquerda Iván Cepeda. Uribe afirma que o julgamento se trata de uma vingança política.
Após a condenação, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, saiu em defesa do ex-presidente. Em mensagem publicada no X, Rubio escreveu que “o único crime do ex-presidente colombiano Uribe foi lutar e defender incansavelmente sua pátria” e criticou o que chamou de “instrumentalização do Judiciário colombiano”.

Imagem: Carlos Ortega via gazetadopovo.com.br
A leitura da sentença ocorreu poucas horas depois de os advogados de Uribe protocolarem uma denúncia na Comissão de Investigação e Acusação da Câmara dos Representantes contra o atual presidente Gustavo Petro, por supostos crimes de fustigação e calúnia. A defesa alega que, em mensagens publicadas em 28 e 29 de julho na rede X, Petro acusou o ex-presidente de homicídios, narcotráfico, paramilitarismo e corrupção, condutas pelas quais Uribe não tem condenação judicial.
Em uma dessas publicações, Petro afirmou que Uribe “não combateu o terrorismo paramilitar, mas sim pactuou com ele várias vezes”.
Com informações de Gazeta do Povo