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Embaixador prevê conclusão da extradição de Carla Zambelli até o fim do semestre

Roma — O embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, afirmou nesta sexta-feira (1º) que o processo de extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) deve ser encerrado ainda no segundo semestre de 2025.

Zambelli foi detida na última terça-feira (29) em um apartamento em Roma. Durante a audiência de custódia realizada no mesmo dia, a Justiça italiana manteve a prisão preventiva. O pedido de extradição partiu do Judiciário brasileiro pouco depois de a parlamentar anunciar nas redes sociais que havia deixado o Brasil rumo aos Estados Unidos e, em seguida, à Itália, alegando possuir dupla cidadania.

“Há um sentimento de necessidade de um processo curto, sempre resguardando o direito de defesa”, declarou Mosca à GloboNews. Segundo o diplomata, as autoridades italianas demonstram disposição para concluir o procedimento “sem que demore muitos meses”.

Prisão considerada rápida

O embaixador destacou que passaram 55 dias entre a expedição do mandado de prisão e o cumprimento pela polícia italiana, refutando a versão da defesa de que a parlamentar teria se apresentado voluntariamente.

Decisão final cabe ao governo Meloni

Mosca explicou que, ao término das etapas judiciais, o caso pode ser submetido ao governo italiano, que decidirá politicamente se autoriza ou não a entrega. Ele relatou “avalanche” de cobertura na imprensa local sobre a prisão, informação repassada ao Itamaraty.

O diplomata atribuiu a perspectiva de rapidez ao acordo de cooperação jurídica e policial entre Brasil e Itália, diferenciando a situação de Zambelli do episódio envolvendo o ex-ativista Cesare Battisti. Em 2010, embora o Supremo Tribunal Federal brasileiro tenha considerado ilegal o pedido de refúgio de Battisti, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva barrou a extradição. Anos depois, o italiano confessou os crimes pelos quais havia sido condenado em seu país.

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Imagem: Vinícius Loures via gazetadopovo.com.br

Defesa aposta em asilo político

Os advogados de Zambelli argumentam que há “grave anomalia” no processo no Brasil, citando o ministro Alexandre de Moraes como suposta vítima, julgador e executor da sentença. A equipe também pretende solicitar asilo político ao Ministério da Justiça italiano, que submeterá o pedido a um tribunal competente. A palavra final, entretanto, continua com o gabinete da primeira-ministra Giorgia Meloni.

Não há prazo oficial divulgado pelas autoridades italianas, mas a expectativa do Itamaraty é de conclusão antes do término do semestre.

Com informações de Gazeta do Povo

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