Washington, 1º de agosto de 2025 — O governo dos Estados Unidos divulgou a lista definitiva de sobretaxas que passarão a incidir sobre produtos importados de dezenas de países dentro de sete dias. O Brasil foi incluído com a alíquota máxima, de 50%, enquanto a Argentina, considerada parceira próxima da gestão de Donald Trump, terá cobrança inicial de 10%.
De acordo com a ordem executiva publicada pela Casa Branca na noite de quinta-feira (31), “mercadorias de qualquer parceiro comercial estrangeiro não listadas no Anexo I desta ordem estarão sujeitas a um imposto ad valorem adicional de 10%”. Como a Argentina não aparece com percentual específico, permanece com o nível mínimo previsto.
Mais de 70 países, entre eles o Brasil, receberam sobretaxas que variam de 15% a 50%. A decisão atinge setores diversos da economia brasileira, que terão de arcar com a tarifa mais elevada estipulada por Washington.
Negociações de Buenos Aires
O governo de Javier Milei mantém tratativas com autoridades norte-americanas para ampliar benefícios comerciais. Nesta semana, a Casa Rosada recebeu a secretária do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, que assinou dois acordos: um na área de segurança e outro que abre caminho para a inclusão da Argentina no programa de isenção de visto americano. A mudança, no entanto, ainda depende do cumprimento de requisitos definidos por Washington.
Fluxo comercial
Em 2024, os Estados Unidos foram o segundo maior destino das exportações argentinas, atrás apenas do Brasil, totalizando US$ 6,454 bilhões. No sentido inverso, mercadorias produzidas nos EUA representaram a terceira maior fonte de importações da Argentina, somando US$ 6,226 bilhões, segundo dados oficiais.

Imagem: Matias Martín Campaya via gazetadopovo.com.br
Com o novo pacote tarifário, Brasília avalia o impacto sobre suas vendas ao mercado norte-americano, enquanto Buenos Aires busca preservar as condições mais favoráveis negociadas com Washington.
Com informações de Gazeta do Povo