Os impactos da creator economy e os avanços da economia circular no varejo digital foram o centro das discussões desta quarta-feira (30) no segundo dia do Fórum E-commerce Brasil, em São Paulo. Dois painéis com participação do Sebrae Nacional mostraram como a conexão entre marcas, influenciadores e consumidores vem impulsionando pequenos negócios.
Moda circular e empreendedorismo feminino
No painel “Economia da Criação e Circularidade: Os Novos Códigos de Moda, Empreendedorismo e Apoio Institucional”, a especialista em mercados e transformação digital do Sebrae, Janaina Camilo, conversou com Bruna Vasconi, sócia-fundadora da rede de brechós Peça Rara. Vasconi relatou que o negócio, iniciado há 18 anos com roupas emprestadas de amigas, soma hoje mais de 120 unidades em todo o país.
A empresária explicou que, depois de abrir sete lojas em uma década, buscou o Sebrae para avaliar a franqueabilidade do modelo e participou do programa Empretec. “O Sebrae mudou a minha vida”, afirmou. Para ela, a compra de segunda mão deixou de ser tabu: “A economia regenerativa é uma realidade; o que fideliza é a experiência humana”.
Janaina ressaltou que o Sebrae atua para aproximar criadores de conteúdo de pequenos empresários. “O influenciador digital funciona como elo entre marca e público; essa conexão é estratégica para negócios de menor porte”, disse.
Live commerce como canal de vendas
Em “Empreendedores que influenciam: a fusão entre marca, comunidade e geração de negócio por meio de Live Commerce”, Janaina dividiu o palco com João Tupinambá, CEO da plataforma Atacadíssima. Voltada para conectar mulheres empreendedoras à indústria da moda, a empresa utiliza transmissões ao vivo para vender produtos a preços de fábrica.
Tupinambá contou que a receita vem de assinaturas, mídia, parcerias e programas de fidelização. “Todas as inovações surgiram ouvindo o consumidor”, destacou. O executivo participou de programas do Sebrae, como Empretec e ALI, e classificou a instituição como “fundamental” para preparar o negócio.

Imagem: Túlio Vidal. via agenciasebrae.com.br
Influenciador como microempresário
Janaina lembrou que o Brasil é o segundo maior mercado de criadores de conteúdo do mundo, com cerca de 20 milhões de influenciadores. Segundo ela, esses profissionais precisam de capacitação em gestão, finanças e tributos, apoio que o Sebrae já oferece. A especialista defendeu que os próprios donos de negócio sejam os principais porta-vozes de suas marcas: “Ninguém conhece melhor o produto do que o empreendedor”.
Os debates reforçaram que comunicação, propósito e venda caminham juntos na economia digital, e que a aproximação entre criadores e pequenos negócios pode gerar valor em toda a cadeia.
Com informações de Agência Sebrae de Notícias