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Tarifa extra de Trump alcança até 60% das vendas brasileiras aos EUA

Até 60% das exportações do Brasil para os Estados Unidos devem ser atingidas pela nova tarifa de importação anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump. A estimativa parte de três estudos independentes divulgados após a assinatura da ordem executiva em 30 de julho de 2025.

Pelo decreto, produtos atualmente gravados em 10% passarão a pagar uma alíquota adicional de 40 pontos percentuais, totalizando 50%. A medida entra em vigor em 6 de agosto.

Exceções limitam o impacto

A ordem inclui uma lista com 694 códigos tarifários que permanecerão com a taxação original. Esses itens representam, segundo diferentes cálculos, entre 40% e 45% da receita obtida pelo Brasil no mercado norte-americano em 2024.

Com isso, entre 55% e 60% do total exportado pelo país será efetivamente afetado, alcançando mercadorias como café e carnes. Produtos como petróleo, aeronaves e suco de laranja ficaram fora do aumento.

Perda estimada em até US$ 9,4 bilhões

O Bradesco calculou que, se a nova alíquota fosse aplicada de forma linear — exceto para petróleo —, o impacto poderia chegar a US$ 15 bilhões em 12 meses. Ao considerar as exceções, o banco reduziu a projeção para US$ 9,4 bilhões.

“As simulações não levam em conta o redirecionamento de vendas para outros mercados nem a absorção parcial dos custos pelos exportadores”, destacou o Bradesco em nota.

Participação das mercadorias isentas

A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) informou que os itens poupados pelo decreto somaram US$ 18,4 bilhões em vendas ao mercado norte-americano em 2024, o equivalente a 43,4% do total embarcado. A Leme Consultores estimou participação de 44,6%, enquanto a BMJ Consultoria apontou cerca de 40%.

Tarifa extra de Trump alcança até 60% das vendas brasileiras aos EUA - Imagem do artigo original

Imagem: Fernando Jasper via gazetadopovo.com.br

Segundo a Amcham, um terço do fluxo comercial bilateral envolve empresas de um mesmo grupo econômico, refletindo a integração produtiva nos setores de tecnologia, energia, saúde e manufatura.

Principais produtos fora da nova tarifa

De acordo com a Amcham, as mercadorias brasileiras que ficaram livres da sobretaxa de 50% registraram, em 2024, os seguintes valores de exportação para os Estados Unidos:

  • Petróleo bruto com 25º API ou mais – US$ 4,97 bilhões
  • Ferro-gusa não ligado – US$ 1,54 bilhão
  • Petróleo bruto com até 25º API – US$ 1,51 bilhão
  • Celulose não conífera – US$ 1,34 bilhão
  • Aeronaves até 15.000 kg – US$ 1,07 bilhão
  • Gasolina leve – US$ 787 milhões
  • Óleos combustíveis – US$ 786 milhões
  • Aeronaves acima de 15.000 kg – US$ 752 milhões
  • Suco de laranja não concentrado – US$ 663 milhões
  • Minério de ferro aglomerado – US$ 421 milhões

Apesar das isenções, a Amcham avalia que o aumento das tarifas limita a competitividade de setores estratégicos e pode afetar cadeias globais de valor ligadas às empresas instaladas nos dois países.

O decreto entra em vigor em 6 de agosto, quando as novas alíquotas passarão a ser aplicadas nos portos e aeroportos norte-americanos.

[Final natural da notícia – último parágrafo com as informações]

Com informações de Gazeta do Povo

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