Uma pesquisa realizada pelo Research Institute for Disabled Consumers (RIDC) revelou que o varejo é o setor que mais apresenta barreiras de acessibilidade para consumidores com deficiência no Reino Unido. O estudo, encomendado pelo governo britânico como parte da National Disability Strategy, coletou 1.545 questionários completos entre setembro e outubro de 2023 e foi complementado por dois grupos focais.
Setores com maiores obstáculos
De acordo com o levantamento, 65% dos participantes encontraram dificuldades de acesso no varejo. Em seguida aparecem entretenimento e hospitalidade (57%) e bem-estar, cuidados pessoais e beleza (49%).
Os problemas variam conforme o tipo de deficiência. Pessoas com deficiência social relataram mais barreiras nos serviços financeiros (45%) e esportivos (53%). Já entre consumidores com deficiência visual, a tecnologia liderou as queixas, com 47% apontando obstáculos. No setor de entretenimento, que inclui cafés e restaurantes, 68% das pessoas com deficiência motora fina enfrentaram dificuldades. Indivíduos com deficiências cognitivas destacaram problemas nos segmentos de bem-estar (62%) e bens e serviços domésticos (50%).
Impacto para negócios
Angela Matthews, diretora de Políticas Públicas e Pesquisa do Business Disability Forum, classificou os resultados como uma “falha nos direitos básicos de igualdade” e um “oportunidade de negócios perdida”. Para ela, ao criar barreiras, as empresas limitam o próprio crescimento e lucro, pois deixam de alcançar até 20% do público potencial — estimativa da participação de pessoas com deficiência entre os consumidores.
Recomendações
Entre as boas práticas sugeridas pelos entrevistados estão a adoção de normas obrigatórias de acessibilidade, o codesenvolvimento de produtos e serviços com clientes com deficiência e treinamentos específicos para funcionários.

Imagem: forbes.com
O relatório também menciona iniciativas setoriais como exemplos de programas direcionados: a parceria da Microsoft com o serviço de interpretação visual Be My Eyes (2023), lojas da Starbucks com atendentes fluentes em língua de sinais (2016-2022), o Sunflower Lanyard da Virgin Atlantic para identificar deficiências ocultas (2020) e o Quiet Hour do McDonald’s UK para clientes neurodivergentes (2018).
Com informações de Forbes