O perito Eduardo Tagliaferro, que chefiou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre agosto de 2022 e maio de 2023, celebrou nesta quarta-feira, 30 de julho de 2025, a decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.
Durante participação por videoconferência no programa Conversa Timeline, transmitido no YouTube e apresentado pelo jornalista Allan dos Santos, Tagliaferro afirmou ser “um dos perseguidos” pelo magistrado. “Ainda não fui denunciado, mas provavelmente, a partir de hoje, serei”, declarou, sem informar em que país se encontra. Santos disse esperar que o ex-assessor viaje em breve aos Estados Unidos.
Críticas a Moraes e apoio a Eduardo Bolsonaro
Segundo Tagliaferro, Moraes age “amedrontando, assustando e calando as pessoas”. Ele garantiu que não se deixará intimidar e que o que já revelou sobre o ministro “é só a pontinha do iceberg”. O perito também qualificou o ministro como “narcisista” e “autoritário”, afirmando que Moraes “ataca, agride com palavras e humilha” quando contrariado.
No mesmo programa, o ex-assessor elogiou o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por ter articulado com Washington as sanções contra Moraes. Para ele, o parlamentar busca “tirar a tirania” e combater “o domínio da esquerda” no país, e não apenas proteger o ex-presidente Jair Bolsonaro, que responde a processo no Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de golpe de Estado.
Investigações em curso
Tagliaferro foi indiciado pela Polícia Federal em abril deste ano por violação de sigilo funcional. Ele sustenta possuir provas que comprovariam suas acusações contra Moraes. “As provas estão comigo, sim, eu sempre guardei”, afirmou.

Imagem: Alejandro Zambrana via gazetadopovo.com.br
Em agosto de 2024, Moraes havia instaurado um inquérito após a divulgação, pela Folha de S.Paulo, de conversas entre Tagliaferro e o juiz instrutor Airton Vieira. As mensagens sugeriam o uso extraoficial da estrutura do TSE para produção de relatórios que teriam subsidiado o inquérito das fake news no Supremo, conduzido por Moraes. À época, o ministro presidia a Corte Eleitoral.
Com informações de Gazeta do Povo