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Brasil não cederá a pressões externas, afirma Mauro Vieira a secretário de Estado dos EUA

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou que o Brasil “não se curvará a pressões externas” durante encontro com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, realizado na quarta-feira (30) na Embaixada do Brasil em Washington.

A reunião, que não constava da agenda oficial, ocorreu em meio ao aumento de tarifas imposto por Donald Trump e à inclusão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky, mecanismo norte-americano que prevê sanções financeiras a indivíduos acusados de violações de direitos humanos.

“Enfatizei que qualquer ingerência sobre decisões do Poder Judiciário brasileiro é inaceitável”, disse Vieira, acrescentando que a Justiça no Brasil “não se curvará a pressões externas”. Segundo o chanceler, o posicionamento foi apresentado a Rubio junto com a defesa da continuidade das negociações comerciais bilaterais.

Diálogo comercial e possíveis retaliações

Vieira afirmou que o governo está disposto a retomar as conversas iniciadas em 7 de março e interrompidas após carta enviada por Trump em 9 de julho. “O Brasil se reserva o direito de responder às medidas adotadas pelos Estados Unidos, mas concordamos em manter o diálogo para solucionar os problemas bilaterais”, afirmou.

O ministro informou ainda que relatará o conteúdo completo da conversa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre quinta (31) e sexta-feira (1º), logo após retornar ao país. O objetivo é definir a reação brasileira às sanções anunciadas pelos departamentos de Estado e do Tesouro, além da Casa Branca.

Tarifas e sanções

A tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros, determinada por Trump, teve a implementação adiada para 6 de agosto. Quase 700 itens — entre componentes aeronáuticos, suco de laranja, petróleo e minerais — foram excluídos da medida. Já café, carnes e algumas frutas permanecem sujeitos à sobretaxa, que ainda pode ser revista.

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Imagem: Lula Marques via gazetadopovo.com.br

Paralelamente, o governo estuda medidas institucionais contra o enquadramento de Moraes na Lei Magnitsky. Embora a legislação norte-americana bloqueie apenas transações em território dos EUA, bancos e fintechs que mantêm operações no Brasil podem ser penalizados caso continuem relacionamentos financeiros com o ministro.

Em nota oficial assinada por Lula, o Planalto classificou a sanção a Moraes como “inaceitável” e reforçou que “a independência do Poder Judiciário é um dos fundamentos da democracia brasileira” — acrescentando que qualquer tentativa de enfraquecê-lo representa ameaça ao regime democrático.

Com informações de Gazeta do Povo

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