A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou na tarde desta quarta-feira, 30 de julho de 2025, que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva repudia integralmente a decisão dos Estados Unidos de aplicar a Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Gleisi divulgou a posição pelas redes sociais antes da emissão de uma nota oficial do Palácio do Planalto. Paralelamente, diplomatas do Ministério das Relações Exteriores discutiam o tema com outras autoridades governamentais.
“A nova sanção do governo Trump ao ministro Alexandre de Moraes é um ato violento e arrogante. Mais um capítulo da traição da família Bolsonaro ao país. Nenhuma nação pode se intrometer no Poder Judiciário de outra”, escreveu a ministra, reforçando que há “repúdio total do governo Lula a mais esse absurdo”.
Sanção financeira
Moraes foi incluído na Lei Magnitsky no início da tarde, sob acusação de violação de direitos humanos. O dispositivo norte-americano costuma ser descrito como uma “pena de morte financeira”, pois impede os sancionados de realizar transações nos Estados Unidos e pode alcançar instituições que mantenham vínculos com o alvo.
Reações na base governista
Outros integrantes do governo e aliados também criticaram a medida.

Imagem: Marcelo Camargo via gazetadopovo.com.br
- Paulo Teixeira (PT), ministro do Desenvolvimento Agrário, disse que o objetivo do ex-presidente Donald Trump é “interferir na soberania brasileira a pedido de Jair Bolsonaro e seus cupinchas”.
- O governador Jerônimo Rodrigues (PT-BA) classificou a penalidade como “lamentável” e parte de um “jogo de interesses”.
- A deputada Natália Bonavides (PT-RN) lembrou o apoio norte-americano à ditadura brasileira e afirmou que a sanção “ataca o Judiciário do Brasil”.
- O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) falou em “interferência brutal” dos EUA na soberania nacional.
- Para a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), “golpista é investigado e julgado” no Brasil e a punição não mudará o futuro de Bolsonaro.
- Líder do PT na Câmara, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que os Estados Unidos tentam “nos submeter como colônia” e chamou a sanção de “retaliação inaceitável”.
- O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, avaliou que a decisão busca “obstruir o processo e coagir o juiz”, defendendo prisão imediata do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Até o fechamento desta reportagem, o Itamaraty ainda não havia divulgado nota oficial sobre o assunto.
Com informações de Gazeta do Povo