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Zema libera R$ 200 milhões em crédito para reduzir efeitos do tarifaço dos EUA em Minas

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou nesta terça-feira (29) um pacote de medidas para proteger empresas do estado diante da tarifa de 50% que os Estados Unidos, sob o governo Donald Trump, passarão a cobrar a partir de 1º de agosto.

Principais ações

Segundo Zema, o plano mineiro inclui:

  • disponibilização de R$ 200 milhões em linhas de crédito subsidiadas pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG);
  • postergação no recolhimento de tributos estaduais;
  • alíquota zero de ICMS para produtos que seriam exportados, mas que agora serão direcionados ao mercado interno, com possível impacto de queda de preço ao consumidor.

Ao anunciar as medidas, o governador culpou a “inabilidade” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo agravamento da situação comercial com os EUA.

Movimentação nacional

Zema junta-se a outros governadores que adotaram iniciativas semelhantes. Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) destinou R$ 200 milhões em crédito para exportadores, enquanto Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) lançou linha de financiamento com juros anuais inferiores a 10% das taxas praticadas pelo BNDES. Eduardo Leite (PSD-RS) e Ratinho Jr. (PSD-PR) também anunciaram ações locais.

Setores mais expostos

Minas Gerais teme impacto direto sobre o café e o aço. Em 2024, o café respondeu por 46,1% do agronegócio mineiro, com receita de US$ 7,9 bilhões, sendo US$ 1,5 bilhão provenientes de vendas aos EUA. No mesmo período, o estado produziu 27% do aço bruto nacional, totalizando 9,3 toneladas, segundo dados oficiais.

Zema afirmou que o governo federal “atacou um dos maiores clientes do Brasil” e se aproximou de “detratores dos Estados Unidos”.

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Imagem: Cristiano Machado via gazetadopovo.com.br

Cenário econômico

Estudo do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica da UFMG estima que a nova tarifa possa reduzir o Produto Interno Bruto brasileiro em 0,16 ponto percentual, ou R$ 19,2 bilhões.

Donald Trump justificou a medida citando o déficit comercial com o Brasil e o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal. Em resposta, Lula prometeu reagir “à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica”. O vice-presidente Geraldo Alckmin coordena um grupo de trabalho para negociar com Washington, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o governo possui “planos de contingência” para os setores mais afetados, sem detalhá-los.

Com informações de Gazeta do Povo

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