A detenção da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) em Modena, na Itália, na segunda-feira (29.jul.2025), desencadeou manifestações de todos os espectros políticos na Câmara dos Deputados. Enquanto aliados afirmam que a prisão representa perseguição, integrantes da base governista solicitaram a perda do mandato da parlamentar.
Oposição fala em “perseguição política”
A Bancada do PL divulgou nota assinada pelo líder Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) dizendo que Zambelli apresentou-se “espontaneamente” à polícia italiana para iniciar pedido de asilo e se opor a eventual extradição. O texto promete solidariedade “a cada parlamentar perseguido” e critica a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão.
A liderança formal da oposição também repudiou a ordem de Moraes. Para o grupo, o ato é “político, autoritário e persecutório” e integra “uma escalada da ditadura do Judiciário”.
PT protocola pedido de cassação
Do lado governista, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), enviou requerimento à Comissão de Constituição e Justiça para que o processo disciplinar de Zambelli seja remetido à Mesa Diretora com objetivo de declarar a perda do mandato. Farias argumenta que não há base legal para a permanência dela no cargo e classifica o trâmite atual do caso na CCJ como “anômalo e ilegal”.
Parlamentares aliados ao governo reagiram nas redes sociais. O senador Humberto Costa (PT-PE) e o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) ironizaram a prisão, enquanto o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, avaliou que o episódio “reafirma que ninguém está acima da lei”.
Posicionamento da Presidência da Câmara
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que a Casa não delibera sobre prisões de parlamentares, mas sim sobre eventual cassação. Ele afirmou ter recebido informações preliminares do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e aguarda comunicados formais do governo brasileiro e das autoridades italianas.

Imagem: Vinícius Loures via gazetadopovo.com.br
O deputado Maurício Marcon (Podemos-RS) reagiu ao pronunciamento de Motta, dizendo que decisões da Câmara “têm sido ignoradas” pelo STF, citando a votação sobre o IOF e a suspensão do “inquérito do golpe”.
Informações policiais
A Polícia Federal informou que a captura foi resultado de cooperação internacional com a Interpol e órgãos italianos. A defesa de Zambelli confirma que ela se entregou e está colaborando com as solicitações feitas pelas autoridades da Itália.
Próximos passos: a Câmara aguarda envio de documentos oficiais para decidir sobre o pedido de perda de mandato, enquanto a defesa da deputada concentra-se em impedir a extradição para o Brasil.
Com informações de Gazeta do Povo