Uma pesquisa do instituto Quaest indica que 59% dos brasileiros consideram improvável que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, consiga anular a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O levantamento foi divulgado na segunda-feira (28) e ocorre às vésperas da entrada em vigor de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada por Trump.
O próprio julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta participação em um plano de golpe de Estado é citado por Trump como um dos motivos para o aumento tarifário. O governo norte-americano também determinou a suspensão de vistos de autoridades brasileiras, entre elas o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF.
Desconfiança generalizada
Segundo a Quaest, apenas 31% dos entrevistados acreditam que Trump tenha poder para influenciar o julgamento no STF, enquanto 10% não souberam ou preferiram não responder.
Recortes por preferência política
A percepção varia conforme a orientação do eleitorado:
- Entre eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 69% descartam qualquer interferência externa e 23% veem possibilidade.
- Entre eleitores de Bolsonaro, há divisão: 45% não creem na influência de Trump e 46% acreditam que ela possa ocorrer, diferença dentro da margem de erro.
- No grupo que votou em branco, nulo ou não compareceu às urnas, 59% rejeitam a hipótese e 27% a consideram factível.
A maioria dos entrevistados sem preferência partidária ou simpatizantes do PT também vê poucas chances de o processo ser suspenso. Já apoiadores declarados de Bolsonaro ou eleitores de direita demonstram opinião mais dividida.

Imagem: Alan Santos via gazetadopovo.com.br
Metodologia
O instituto ouviu 2.004 pessoas entre 10 e 13 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
Trump justificou o tarifaço alegando a existência de uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro. O governo brasileiro afirma não ter responsabilidade sobre o caso, citando a independência entre os Três Poderes.
Com informações de Gazeta do Povo