O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta segunda-feira, 28 de julho, o plano de contingência preparado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). O documento reúne medidas para apoiar empresas brasileiras que possam ser mais afetadas pelo aumento generalizado de tarifas impostas pelos Estados Unidos a partir de sexta-feira (1º).
Segundo Alckmin, que também responde pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o governo trabalha em duas frentes: a implementação do plano e a tentativa de reverter as taxas por meio de diálogo. “Estamos dialogando pelos canais institucionais e sob reserva”, afirmou o vice-presidente, que conduz as tratativas juntamente com o chanceler Mauro Vieira.
Os detalhes do plano de contingência permanecem sob sigilo enquanto o Palácio do Planalto aguarda a publicação final do pacote tarifário norte-americano. De acordo com Haddad, as propostas técnicas já foram apresentadas a Lula e dependem apenas do aval presidencial para serem acionadas.
Apesar do sinal do presidente Donald Trump de manter o tarifaço, Haddad reiterou que o Brasil não pretende abandonar a mesa de negociação. “Aquilo que foi dito semana passada continua valendo: o Brasil não sairá da mesa em nenhum momento”, declarou.
No dia 19 de julho, Alckmin conversou novamente com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, reiterando a disposição brasileira para o diálogo. Embora ainda não haja previsão de contato direto entre Lula e Trump, senadores brasileiros que estão em Washington tentam articular essa possibilidade com empresários e parlamentares norte-americanos.

Imagem: Marcelo Camargo via gazetadopovo.com.br
Em declaração nesta segunda-feira, Lula moderou o tom das críticas e disse esperar que o presidente dos Estados Unidos “reflita a importância do Brasil” antes de aplicar as tarifas. “Tem divergência? Senta numa mesa e vamos tentar resolver, não de forma abrupta”, afirmou.
Em nota oficial, o governo brasileiro reforçou a disposição ao diálogo, mas enfatizou que a soberania do país é inegociável e que medidas de retaliação ou proteção poderão ser adotadas se a via diplomática não surtir efeito.
Com informações de Gazeta do Povo