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Holanda proíbe entrada de ministros israelenses e os declara “personae non gratae”

O governo da Holanda classificou os ministros israelenses Bezalel Smotrich (Finanças) e Itamar Ben Gvir (Segurança Nacional) como “autoridades indesejáveis”, impedindo sua entrada no território holandês. A decisão foi comunicada na madrugada desta terça-feira, 29 de julho de 2025.

Em carta enviada ao Parlamento, o ministro das Relações Exteriores holandês, Caspar Veldkamp, afirmou que os dois membros do gabinete de Benjamin Netanyahu “incitam limpeza étnica” na Faixa de Gaza, defendem assentamentos considerados ilegais e estimulam a violência de colonos. Por isso, foram incluídos no SIS – o Sistema de Informações de Schengen – como estrangeiros indesejáveis.

Pressão diplomática

O chanceler anunciou que o embaixador de Israel será convocado ainda nesta terça-feira para receber a notificação oficial e ouvir a exigência de que o governo israelense “mude de rumo” e cumpra o direito humanitário internacional. Veldkamp classificou a situação no enclave palestino como “intolerável e indefensável”, alegando que o bloqueio imposto por Israel provoca “privações extremas” e “condições de vida insuportáveis” à população civil.

Restrições militares e comerciais

Desde outubro de 2023, Haia rejeitou pelo menos 11 pedidos de licença para exportação de material militar ou de uso dual destinado a Israel. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores holandês, no cenário atual é “praticamente impossível” autorizar o envio de armamentos que possam ser empregados em Gaza ou na Cisjordânia.

No âmbito da União Europeia, a Holanda defende a suspensão da parte comercial do Acordo de Associação com Israel caso a Comissão Europeia conclua que Tel Aviv descumpre obrigações humanitárias. O país também pretende pressionar Bruxelas por medidas comerciais contra produtos oriundos de assentamentos israelenses.

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Imagem: gazetadopovo.com.br

Críticas à ajuda humanitária

Veldkamp responsabilizou a Fundação Humanitária para Gaza (GHF) por “mortes e caos” nos pontos de distribuição de ajuda, alegando que o mecanismo não respeita os princípios de humanidade, imparcialidade, independência e neutralidade, além de gerar deslocamentos forçados e situações fatais.

Reação dos ministros israelenses

Pelo X (antigo Twitter), Smotrich minimizou o veto holandês: “Importa-me mais que meus filhos, netos e bisnetos – e de todos os judeus – possam viver em Israel com segurança por décadas e séculos”, escreveu. Já Ben Gvir afirmou que continuará atuando “para o bem de Israel”, mesmo que seja proibido de entrar “em toda a Europa”, reiterando a defesa de “esmagar o Hamas” e apoiar os militares israelenses.

Com informações de Gazeta do Povo

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