Organizações ligadas ao setor produtivo de Roraima informaram nesta segunda-feira (28.jul.2025) que a cobrança de tarifas de 15% a 77% sobre mercadorias brasileiras na fronteira com a Venezuela foi motivada por uma instabilidade no sistema aduaneiro venezuelano, já corrigida. Segundo as entidades, as isenções previstas no Acordo de Complementação Econômica firmado em 2014 entre os dois países estão sendo progressivamente restabelecidas.
A Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier) relatou ter recebido comunicações de despachantes aduaneiros venezuelanos confirmando a retomada da emissão dos Certificados de Origem, documento que garante o livre comércio de quase todos os produtos brasileiros. “A instabilidade apresentada nos últimos dias teria sido ocasionada por problemas na infraestrutura de TI da aduana venezuelana”, informou a entidade em nota.
Na sexta-feira (25.jul), a imposição repentina das tarifas pelo governo de Nicolás Maduro surpreendeu produtores brasileiros e levou a Fier a iniciar uma investigação interna, além de acionar o Itamaraty. A federação disse que continuará monitorando a situação “até que se confirme a total normalização do fluxo comercial”.
Eduardo Oestreicher, presidente da Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio e Indústria de Roraima e coordenador de Negócios Internacionais da Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação do governo estadual, declarou ao portal g1 que o sistema foi “ajustado” e voltou a processar as cargas normalmente. “Já está operando, processando o certificado de origem e concedendo os benefícios tributários sobre o imposto ad valorem”, afirmou.

Imagem: Setor de Imprensa do Palácio de Miraflores via gazetadopovo.com.br
Até o fechamento desta reportagem, os governos do Brasil e da Venezuela não haviam se pronunciado oficialmente sobre o episódio.
Com informações de Gazeta do Povo