A Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC) aprovou a venda da Paramount Global para a Skydance Entertainment, abrindo caminho para a conclusão da operação em 7 de agosto. Avaliado em aproximadamente US$ 8,5 bilhões, o negócio permite que Shari Redstone venda o grupo construído por seu pai, Sumner Redstone, enquanto o produtor David Ellison assume o controle do conglomerado de mídia.
Primeiras decisões após o aval regulatório
Mesmo antes do fechamento oficial, a nova gestão já promoveu mudanças expressivas:
- Fim do programa de Stephen Colbert: o The Late Show, líder de audiência mas deficitário, deixará a grade em maio de 2026, quando expira o contrato de US$ 20 milhões anuais do apresentador.
- Contrato com South Park: por US$ 1,5 bilhão, a Paramount garantiu três temporadas inéditas e os 26 anos de episódios anteriores. O conteúdo passou a integrar o catálogo do Paramount+.
- Nova chefia no 60 Minutes: Tanya Simon, há quase 30 anos na CBS, foi efetivada como produtora executiva do programa após a renúncia de Bill Owens.
- Investimento em jornalismo local: a companhia prometeu aplicar US$ 1,5 bilhão para reforçar redações de suas 15 emissoras próprias da CBS e mais de 200 afiliadas.
- Direitos esportivos do Pac-12: o grupo adquiriu jogos de futebol americano e basquete masculino, além das finais dessas competições, reforçando a oferta de esportes ao vivo.
Cortes e reestruturação à vista
O plano de Ellison prevê economizar cerca de US$ 2 bilhões por meio da fusão entre Skydance e Paramount. Analistas apontam que canais a cabo herdados da antiga Viacom — como Comedy Central, MTV e Nickelodeon — podem ser desmembrados ou integrados a outras empresas do setor, repetindo movimentos já feitos por NBCUniversal e Warner Bros. Discovery.
Na frente de jornalismo nacional, pairam dúvidas sobre o futuro do CBS News, cujos telejornais matutino e noturno ocupam a terceira posição de audiência e têm altos custos com apresentadores.
Produção e novos negócios
Além da tradicional operação de cinema e TV no estúdio da Paramount, em Hollywood, a Skydance traz ao portfólio áreas até então pouco exploradas pela compradora, como animação e videogames. A expectativa é otimizar o uso do histórico lote de filmagens, que vinha sendo alugado para eventos e feiras.

Imagem: Apu Gomes/Getty via forbes.com
O redesenho da empresa ocorre em meio à retração do mercado de entretenimento nos Estados Unidos, cenário que torna a redução de gastos urgente para sustentar a transição do modelo de TV por assinatura para plataformas de streaming, notícias locais e esportes ao vivo.
Com informações de Forbes