Little Rock, Arkansas – O procurador-geral do Arkansas, Tim Griffin, iniciou uma investigação sobre a associação Return to the Land (RTTL), que desde 2023 trabalha para criar uma comunidade restrita a pessoas brancas no norte do estado norte-americano.
Em nota divulgada em 28 de julho de 2025, Griffin, filiado ao Partido Republicano, afirmou que “a discriminação racial não tem lugar no Arkansas nem em qualquer sociedade livre”. Segundo o chefe do Ministério Público estadual, as alegações contra a RTTL levantam “diversas questões jurídicas, inclusive de natureza constitucional”, que passarão a ser analisadas por sua equipe.
Regras de admissão
A RTTL se define como uma associação privada. O processo de inscrição exige comprovação de ascendência europeia e veta explicitamente judeus e demais não brancos. Um dos fundadores, Eric Orwoll, declarou ao site Ozarks First, na semana passada, que o grupo pretende expandir suas atividades para Springfield, no Missouri, e para outros estados.
“Os brancos deveriam ter a possibilidade de viver entre seu próprio povo, se assim desejarem”, disse Orwoll. Ele argumentou ainda que a imigração em massa estaria tornando essa convivência “quase impossível” em muitos países ocidentais. Segundo o fundador, quem optar por comunidades multirraciais deve ter essa liberdade, “mas não queremos que a discriminação racial nos seja imposta em todos os aspectos da vida”.
Pressão de entidade de direitos civis
A Liga Antidifamação (ADL), organização não governamental de combate ao antissemitismo e ao ódio, cobrou em publicação no X que autoridades estaduais e locais declarem a comunidade planejada ilegal, com base na Lei de Moradia Justa do Arkansas, na Lei Federal de Moradia Justa de 1968 e em outras normas de direitos civis.

Imagem: Uacescomm via gazetadopovo.com.br
“Instamos a Comissão de Moradia Justa do Arkansas, autoridades locais eleitas e órgãos policiais a agirem rapidamente para garantir que o nordeste do Arkansas continue sendo uma comunidade acolhedora e inclusiva, e não um refúgio para intolerância e exclusão”, afirmou Lindsay Baach Friedmann, diretora regional da ADL para o Centro-Sul dos Estados Unidos.
Até o momento, não houve anúncio de prazos ou detalhamento sobre eventuais medidas judiciais que poderão ser adotadas após a investigação do procurador-geral.
Com informações de Gazeta do Povo