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Livro aponta mitos sobre a Grande Depressão e a Grande Recessão dos EUA

Washington, 27 de julho de 2025 – Prestes a celebrar 250 anos de independência, os Estados Unidos encaram lacunas de conhecimento sobre sua própria trajetória econômica. O economista John C. Goodman apresentou, em artigo, argumentos do livro “The Triumph of Economic Freedom: Debunking the Seven Myths of American Capitalism”, de Phil Gramm e Donald J. Boudreaux, que revisita duas grandes crises: a Grande Depressão de 1929 e a Grande Recessão de 2007-2009.

Grande Depressão

Os autores listam cinco equívocos recorrentes:

1. Culpa do capitalismo. Para Gramm e Boudreaux, a crise se agravou pela atuação do governo. O Federal Reserve, criado para socorrer bancos, permitiu a quebra de um terço das instituições financeiras do país.

2. Inação de Herbert Hoover. O então presidente aumentou impostos e gastos, sancionou o Davis-Bacon Act (que elevou salários em obras federais) e a tarifa Smoot-Hawley, medidas que teriam aprofundado a recessão.

3. Salvamento por Franklin D. Roosevelt. Segundo o livro, políticas do New Deal prolongaram a Depressão em 12 anos, ao restringir preços, comércio e propriedade privada.

4. Roosevelt como unificador. O presidente teria dividido o país ao rotular opositores ricos de “monarquistas econômicos”. O historiador Henry W. Brands compara o tom de FDR ao de demagogos da época.

5. Gastos de guerra resolveram a crise. Após 1945, as despesas federais caíram 75% e o déficit encolheu mais de 50%, mas a renda e a produção continuaram a crescer, contestando a ideia de que apenas o esforço bélico encerrou a Depressão.

Grande Recessão

Quatro mitos são destacados sobre o colapso de 2007-2009:

Livro aponta mitos sobre a Grande Depressão e a Grande Recessão dos EUA - Imagem do artigo original

Imagem: forbes.com

1. Excesso de ganância privada. A concessão de empréstimos subprime teria sido estimulada pelo governo a partir da ampliação do Community Reinvestment Act na década de 1990. Em 2008, metade das hipotecas – cerca de 28 milhões – era de alto risco.

2. Falta de regulamentação. Já existiam diversas leis federais e estaduais para o setor bancário; reguladores possuíam poder de intervir, multar e até prender.

3. Deregulação pelo Gramm-Leach-Bliley Act. O ato de 1999 removeu barreiras à competição, mas não reduziu a fiscalização. O Escritório de Orçamento do Congresso estimou aumento de custos regulatórios, e o ex-presidente Bill Clinton declarou não haver relação entre a lei e a crise.

4. Bancos prolongaram a recessão. Uma recuperação lenta foi atribuída a maiores penalidades sobre o trabalho e a mais subsídios à inatividade. Entre 2009 e 2016, cresceram regras em saúde, finanças, energia e manufatura, além do avanço no número de beneficiários de programas sociais.

Ao recontar os episódios, os autores defendem que compreender erros passados é essencial para evitar novas catástrofes econômicas.

Com informações de Forbes

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