Doha, 27 de julho de 2025 – Qatar, Emirados Árabes Unidos (EAU) e Arábia Saudita já empregaram, em situações reais de conflito, suas modernas defesas aéreas de múltiplas camadas, projetadas para conter mísseis balísticos, drones e aeronaves hostis.
Qatar derruba 19 mísseis iranianos
Durante a guerra de 12 dias entre Israel e Irã, encerrada em junho, Teerã lançou, em 23 de junho, 19 mísseis balísticos contra a base aérea de Al-Udeid, que abriga tropas dos Estados Unidos. Avisado horas antes, Doha mobilizou caças F-15QA Ababil para patrulhas de combate, além de helicópteros AH-64E Apache como barreira adicional contra drones de baixa altitude. No solo, baterias MIM-104 Patriot PAC-3 neutralizaram todos os projéteis.
Experiência semelhante nos Emirados Árabes Unidos
Em janeiro de 2022, os EAU enfrentaram um ataque sem precedentes de mísseis e drones lançados pelos rebeldes houthi, do Iêmen. O país utilizou seu sistema Terminal High Altitude Area Defense (THAAD) – primeira interceptação em combate feita por esse equipamento – e manteve caças F-16 e Mirage 2000 em voo contínuo para garantir a defesa da capital, Abu Dhabi.
Arábia Saudita amplia cobertura antimíssil
A Arábia Saudita inaugurou sua primeira unidade THAAD em 3 de julho. Durante o conflito de junho entre Israel e Irã, duas baterias THAAD dos EUA posicionadas em território israelense dispararam mais de 150 interceptadores, levando Washington a cogitar redirecionar mísseis adquiridos por Riad, pedido que o reino recusou.
A escassez de interceptadores já havia preocupado os sauditas no final da guerra de sete anos contra os houthi, há três anos, quando estoques de mísseis Patriot e AIM-120 ficaram próximos do limite. Desde outubro de 2023, o país intercepta artefatos lançados por houthi contra Israel e compartilha informações de inteligência que contribuíram para frustrar o primeiro ataque direto do Irã a Israel em abril de 2024.

Imagem: Jon Hobley via forbes.com
Novas compras reforçam defesa em profundidade
Para diversificar camadas de proteção, a Arábia Saudita e os EAU adquiriram o sistema sul-coreano KM-SAM, com capacidade antibalística. Riad também comprou Pantsir-S1 da Rússia, indicado para defesa pontual contra drones, e munições guiadas APKWS de 70 mm dos Estados Unidos, mais baratas e leves que mísseis ar-ar tradicionais.
As três nações do Conselho de Cooperação do Golfo procuram, assim, manter capacidade de resposta rápida a ameaças de diferentes magnitudes em um ambiente regional cada vez mais volátil.
Com informações de Forbes