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Lendas que levaram a luta livre ao grande público e turbinaram o mercado

O setor de luta livre passa por um momento financeiramente favorável. Somente no primeiro trimestre de 2025, a World Wrestling Entertainment (WWE) registrou receita de US$ 391,5 milhões, alta de 24% em relação ao ano anterior, segundo relatório da TKO Group Holdings. O desempenho atual, contudo, é resultado de décadas de trabalho de personagens que romperam barreiras culturais e expandiram o alcance do entretenimento esportivo.

Primeira Era de Ouro: fim dos anos 1940 aos 1960

Lou Thesz deu os primeiros passos rumo à notoriedade ao longo dos anos 1930, criando golpes e sustentando o título da National Wrestling Alliance (NWA) por 13 anos, inclusive em combates internacionais.

Na virada para os anos 1950, o norte-americano Gorgeous George introduziu teatralidade e conquistou o público televisivo com um personagem espalhafatoso, influenciando figuras como Muhammad Ali e James Brown.

Fora dos Estados Unidos, o mexicano El Santo virou símbolo nacional: estrelou mais de 50 filmes, figurou em histórias em quadrinhos durante 35 anos e teve um dos maiores funerais da história do México.

No Japão, Rikidōzan tornou-se ícone pós-Segunda Guerra Mundial. Seus confrontos com Thesz na década de 1950 impulsionaram as vendas de televisores coloridos no país.

Já nos EUA, os anos 1960 foram dominados por Bruno Sammartino. O lutador assumiu o título da então WWWF (atual WWE) por 4.040 dias somados, lotando o Madison Square Garden e atraindo o público ítalo-americano.

Segunda Era de Ouro: meados dos anos 1980 ao início dos 1990

Entre meados de 1970 e início de 1980, André the Giant foi atração mundial com seus 2,24 m de altura e mais de 230 kg, além de participações no filme “The Princess Bride”. Seu duelo contra Hulk Hogan no WrestleMania III ajudou a registrar recorde de público em arenas fechadas nos EUA.

Com o empresário Vince McMahon, Hogan protagonizou o fenômeno Hulkamania, que pregava treino, oração e vitaminas. Participações em “Rocky III” e no desenho “Hulk Hogan’s Rock ’n Wrestling” aproximaram a WWE da música, da televisão e de astros como Cyndi Lauper e Mr. T, consolidando a Segunda Era de Ouro.

Reação dos anos 1990: Monday Night War e Attitude Era

A queda de audiência na metade da década foi revertida pela formação do grupo NWO na World Championship Wrestling (WCW), quando Hogan se reinventou como vilão. A rivalidade com a WWE resultou na Attitude Era, programa mais adulto que bateu recordes de audiência e vendas de pay-per-view.

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Imagem: NBC via Getty Images via forbes.com

Stone Cold Steve Austin liderou o período, impulsionando camisas com a frase “Austin 3:16” e protagonizando WrestleMania XIV ao lado de Mike Tyson. Na WCW, Hogan dividiu ringue com Dennis Rodman e Karl Malone durante as finais da NBA de 1998, ampliando a visibilidade do esporte.

Na mesma fase, Dwayne “The Rock” Johnson se destacou pelo carisma e deu início à carreira de ator de sucesso em “O Escorpião Rei”, “Velozes & Furiosos” e “Jumanji”, acumulando patrimônio estimado em US$ 800 milhões.

Era PG e novos caminhos

Nos anos 2000 e 2010, a WWE adotou abordagem familiar. John Cena tornou-se rosto da companhia, gerando mais de US$ 100 milhões em 2011 e batendo recorde de 650 desejos realizados pela Make-A-Wish Foundation, antes de migrar para Hollywood.

Outras contribuições marcantes

Longevidade de Sting e The Undertaker, a ponte MMA-luta livre de Brock Lesnar e Ronda Rousey, a técnica de Bret Hart e o estilo de Ric Flair — popular entre artistas do hip-hop — continuam influenciando a modalidade.

O reconhecimento desses pioneiros ajuda a explicar a evolução de um negócio que hoje fatura alto com direitos de transmissão, patrocínios e eventos ao vivo, mantendo viva a tradição de espetáculo iniciada há quase um século.

Com informações de Forbes

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