São Paulo – Há 36 anos no mercado de tecnologia, a Sankhya nasceu da união entre irmãos e se tornou referência em sistemas de gestão. Em entrevista ao podcast “Do Zero ao Topo”, Felipe Calixto, um dos fundadores, afirmou que a principal lição extraída da trajetória da companhia é simples: “Faça algo com paixão e que resolva um problema; se pensar apenas no dinheiro, ele não aparece”.
Primeiros passos
A empresa foi criada em 1989 com o objetivo de desenvolver soluções que adaptassem softwares às necessidades específicas dos clientes. Na virada dos anos 2000, inaugurou uma filial em Goiânia, unidade que rapidamente passou a rivalizar em resultados com a sede original.
Expansão acelerada
Entre 2000 e 2010, a Sankhya aproveitou movimentos do mercado de ERPs no Brasil para ampliar a presença nacional, alcançando mais de 20 unidades até o início da última década. Em 2020, no auge da pandemia, recebeu um aporte de R$ 425 milhões do GIC, o fundo soberano de Cingapura, destinado à aquisição de empresas com soluções complementares.
Estrutura e cultura de inovação
Atualmente, o grupo reúne cerca de 2 000 colaboradores diretos distribuídos em aproximadamente 50 unidades. Para acelerar a inovação, a companhia adota times multidisciplinares (squads) e estimula autonomia. “Em tecnologia, tudo muda muito rápido; você sai de férias e volta para encontrar paredes e mesas em outros lugares”, comentou Calixto.
Inteligência artificial própria
Entre os projetos recentes, destaca-se a Bia, assistente de inteligência artificial que atua como copiloto dos usuários. A próxima versão, ainda em desenvolvimento, promete gerar dashboards a partir de desenhos feitos até em um guardanapo e fotografados pelo cliente.

Imagem: infomoney.com.br
Aprendizado sobre delegar
Calixto admitiu que, no início, era centralizador e cuidava desde a redação de manuais até a metodologia de implantação. Consultorias e programas do Sebrae o ajudaram a entender a importância de delegar. “Dói ver as pessoas fazendo diferente, mas muitas vezes o resultado sai melhor do que se fosse eu”, disse. Hoje, ele afirma contar com profissionais que superam seu próprio desempenho em cada área.
Planos de sucessão
Sem data para aposentadoria, o executivo pretende assumir um papel mais institucional no futuro. Os filhos, que também comandam startups, poderão disputar a sucessão, mas não terão vantagem: “Serão bem-vindos se quiserem, porém concorrerão com outros profissionais”, afirmou.
Com informações de InfoMoney